terça-feira, 21 de outubro de 2008

O exagero se repete: Eloá a mais nova vítima

Passado o cárcere privado e a morte, uma pergunta se volta aos próprios meios de comunicação: até que ponto a veiculação de entrevistas ao vivo com o criminoso contribui para o desfecho trágico do caso? Segundo o professor da pós-graduação da PUC-SP, Norval Baitello Jr.,doutor em distúrbios da imagem e estudioso do assunto há 20 anos, a mídia "exacerbou a psicopatia que estava em jogo" e fez com que o captor se visse como herói. Na opinião dele, a atuação da mídia foi bastante equivocada. Norval Baitello Jr. atribui a situação ao fato da imprensa achar que tem a obrigação de informar a qualquer custo. Ele acredita que esse fetiche da informação a qualquer custo não passa de espetacularização. Se confunde espetacularização com informação porque a espetacularização vende mais do que a notícia. Para o professor, a mídia exacerbou a megalomania, a psicopatia e a loucura que estava ali em jogo. Norval Baitello Jr. acha que não existe um limite para a cobertura dos meios de comunicação, mas se deve ter a preocupação com a própria imagem do veículo. "O caso Eloá foi péssimo para a sustentabilidade dos próprios veículos". Ele argumenta que as TVs e os jornais fizeram uma glamourização do seqüestrador, uma vez que Lindemberg aparece na televisão, e passa a se ver como herói. De acordo com o professor, a mídia não tem aprendido com os próprios erros. Para ele, falta um acordo tácito dos próprios veículos. Uma vez que o concorrente mostra cenas fortes, os outros veículos são coagidos a seguir o mesmo caminho. É preciso estabelecer limites, conclui Norval Baitello Jr. Para ele, o modelo europeu tem sido muito mais cuidadoso. Isso é totalmente americano. Por isso se vê lá uma escalada da violência. matéria Folha de S.Paulo

Erros, exageros, opiniões e a desinformação

A espetacularização: Eloá x Ibope

A mídia matou Eloá antes do tempo