Não é de hoje a rotina de confrontos entre torcedores e polícias em portas de estádios. Como também não é nenhuma novidade o resultado desses encontros. A violência de ambos os lados traz à tona uma pergunta. Quem precisa estar preparado para o embate ? O torcedor, agrupado como uma boiada, segue o grupo. Busca por meio da violência colocar para fora frustrações, agressividade, ou simplesmente o puro prazer de ver o circo pegar fogo. Mas do outro lado, deveria estar o Estado, representado pela força militar,que por obrigação tem o dever de garantir segurança à população. Diferentemente do torcedor, espera-se, ou pelo menos deveria se esperar, homens treinados e preparados psicologicamente para esse tipo de situação. O que vimos em Brasília, no último domingo, antes da partida entre São Paulo e Goiás, no estádio do Bezerrão, foi uma afronta ao estado de direito. É inadmissível ver um PM correndo atrás de uma única pessoa com uma arma na mão e apontada para a cabeça do torcedor. Mais chocante ainda é o desfecho da perseguição. Quando vi as imagens, logo me lembrei das cenas do período da didatura militar, quando era comum assistir as forças armadas descendo o porrete e atirando contra estudantes que pediam pela Democracia no país. Claro que não há nenhuma relação direta entre um fato e outro. A não ser pelo comportamento das nossas polícias, que ainda usam o método do "bate e arrebenta". Lamentavelmente, o episódio do Distrito Federal é apenas mais um caso, no extenso repetório da atuação selvagem, covarde e sem qualquer respeito por parte de quem deveria preservar a ordem, mas acima de tudo a vida humana. O propósito do texto não é analisar o comportamento de torcedores e policiais. Cabe aqui uma reflexão e a pergunta. Não há maneiras mais eficazes e inteligentes de se lidar com situações já tão rotineiras? Lógico que há. O problema é que nos brasileiros já nos conformamos com a incompetência em gênero, número e grau.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Prezado Dourival, obrigado por sua participação no curso, por suas intervenções e, sobretudo, pela freqüente manifestação de suas inquietudes. Desejo-lhe, ainda que com atraso, um feliz ano de 2009. Sucesso em suas buscas! E um abraço. Prof. Dimas A. Kunsch
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